Vacinação Infantil | Vacinas recomendadas para o teu bebé

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IMPORTANTE

A informação fornecida neste site é baseada em diretrizes europeias e internacionais, recomendações da OMS e fontes de evidência científica confiáveis, como o Uptodate. O conteúdo aqui presente tem apenas fins informativos e não substitui uma consulta com um profissional de saúde qualificado.

Vacinar o teu bebé é uma das melhores decisões que podes tomar para a saúde dele. A vacinação infantil desempenha um papel fundamental na prevenção de doenças graves e até mesmo potencialmente fatais. Cumprir o Plano Nacional de Vacinação permite construir um escudo protetor contra uma variedade de infeções e criar uma base sólida para o crescimento saudável do teu bebé.

Neste artigo irei abordar as vacinas que fazem parte do Plano Nacional de Vacinação e que te irão ser propostas ao longo das consultas de Saúde Infantil. Iremos ver os vários benefícios e possíveis efeitos adversos bem como o calendário vacinal. No fim abordo os principais mitos associados à vacinação infantil.

Espero conseguir esclarecer todas as tuas dúvidas sobre este tema tão importante. No entanto, se no fim do artigo ficares com alguma dúvida por esclarecer, não hesites em deixar um comentário.

Boa leitura !
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Vacinação Infantil e o papel dos pais - Como tomar uma decisão informada

Uma das primeiras medidas de saúde preventiva que irão oferecer ao teu bebé será a vacinação. Convém estares devidamente informado(a) para tomar uma decisão relativamente a isso. Não te deves basear em mitos, opiniões do vizinho ou recomendações da tia, mas sim em evidência científica. A primeira coisa a fazer para tomares uma decisão é compreenderes a importância da imunização. Por isso, irei explicar os benefícios já de seguida.

É normal teres algumas dúvidas ou preocupações sobre as vacinas do teu bebé. Podes pesquisar fontes confiáveis de informação nos sites das organizações de saúde (como a OMS, DGS, entre outros). Também podes questionar diretamente os profissionais de saúde que seguem o teu bebé. A grande maioria dos médicos e dos enfermeiros estão devidamente atualizados para esclarecer dúvidas sobre vacinação infantil e oferecer orientações personalizadas. No entanto, se não te sentires à vontade, ou não gostares da abordagem de um determinado profissional de saúde, não hesites em procurar uma segunda e terceira opinião. Informação é poder, quanto mais informado(a) estiveres, melhores serão as decisões que irás tomar para a saúde do teu bebé.

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Benefícios da vacinação infantil - Porque deves vacinar o teu bebé

A vacinação é uma das medidas preventivas de saúde mais eficazes e uma das conquistas mais importantes da medicina. Com a introdução de um Plano Nacional de Vacinação, conseguiu-se controlar várias doenças infecciosas com uma diminuição marcada da morbilidade e mortalidade infantil. 

O poder da prevenção com a imunização infantil

Volto a repetir porque nunca será demais: a vacinação tem sido um dos maiores sucessos na história da medicina. Portanto em vez de debitar termos técnicos, acho mais importante partilhar contigo dados concretos que mostram os benefícios da vacinação infantil:

Sarampo: Antes da introdução da vacina contra o sarampo, esta doença altamente contagiosa era uma das principais causas de mortalidade infantil no mundo! De acordo com a OMS, a vacinação contra o sarampo já evitou mais de 23 milhões de mortes.

Poliomielite: A vacinação contra a poliomielite ajudou a reduzir os casos de paralisia causada pelo vírus da poliomielite em mais de 99% desde o início do programa global de erradicação em 1988!

➤  Rubéola: A introdução da vacinação contra a rubéola tem sido eficaz na prevenção desta doença viral, e em muitos países, a rubéola foi eliminada ou tem uma incidência extremamente baixa.

Podia continuar, mas acho que já deu para perceberes o quão poderosas são as vacinas e as suas vantagens para a saúde dos nossos bebés (e para nós também).

Vacinas e imunidade colectiva das crianças

A vacinação beneficia diretamente a criança imunizada, mas também beneficia indiretamente as pessoas não imunizadas por meio da imunidade colectiva (“imunidade de rebanho”). E isso é fundamental para adultos e crianças sob tratamentos imunossupressores que não podem tomar determinadas vacinas. Dependem da vacinação dos outros. As vacinas são um direito, mas também são um dever.

A imunidade coletiva ocorre quando a percentagem da população imune à infecção é grande o suficiente para diminuir o risco de transmissão. A imunidade colectiva protege as crianças que são muito jovens para a imunização e as pessoas com contra-indicações às vacinas. Ouvimos falar muito disto durante a pandemia por covid-19, mas isso aplica-se para qualquer vacina. Quantas mais pessoas estiverem vacinadas, menor será o risco de transmissão num determinado grupo. 

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Efeitos adversos da vacinação infantil - O que os pais devem saber

Os efeitos adversos das vacinas do Programa Nacional de Vacinação em Portugal são geralmente leves e temporários. É importante teres a noção que a grande maioria das crianças não apresenta sintomas significativos após a vacinação e quando apresentam os sintomas são leves e incluem geralmente as seguintes queixas:

Dor, inchaço e rubor no local da injeção: Isso é comum após a administração de uma vacina, principalmente se forem várias, mas desaparece ao fim de alguns dias. 

Febre leve: Algumas crianças podem desenvolver febre baixa após a vacinação, que geralmente desaparece dentro de alguns dias. É mais comum em bebés e crianças mais pequenas.

Irritabilidade ou mal-estar: Algumas crianças podem ficar mais cansadas e irritadas após a vacinação.

Erupção cutânea: a vacina do sarampo, parotidite e rubéola (VASPR) pode provocar em 5 a 15% das crianças uma erupção cutânea (várias pequenas manchas vermelhas no corpo) cerca de 7 a 12 dias após a vacinação. Essa erupção não é contagiosa e desaparece sozinha ao fim de alguns dias.

Gosto sempre de relembrar aos meus utentes que esses efeitos adversos são normais e refletem a resposta do nosso sistema imunológico à vacina e não significam que a vacina tenha provocado a doença! Caso tenhas alguma preocupação ou dúvida sobre os efeitos adversos das vacinas, fala com um profissional de saúde, que poderá fornecer informações fidedignas.

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Calendário de vacinação (PNV) - Que vacinas estão recomendadas para o teu bebé

O Plano Nacional de Vacinação existe em Portugal desde 1965. Encontra-se em constante revisão e melhoria, tendo sido atualizado em 2020. As vacinas incluídas nesse plano são totalmente gratuitas e são geralmente administradas no centro de saúde pela enfermeira de família. Mesmo que não tenhas médico de família, basta dirigires-te ao centro de saúde mais próximo de ti e solicitar lá a vacinação. Além disso, as grávidas e crianças têm geralmente prioridade para a atribuição de um médico de família.

Podes consultar aqui mais informações sobre o PNV em Portugal.

Plano Nacional de Vacinação 2020 - calendário

Vacinas à nascença

Ainda na maternidade o recém nascido toma uma dose da vacina contra a hepatite B (VHB).

Vacinas aos 2 meses de idade

Nesta consulta o bebé recebe 3 vacinas diferentes:

➤  Vacina hexavalente que inclui proteção contra 6 doenças: difteria, tétano e tosse convulsa (DTPa); Haemophilus influenzae tipo b (Hib), poliomielite (VIP) e Hepatite B (VHB).

➤  Vacina contra infeções por Streptococcus pneumoniae (Pn13)

➤  Vacina contra a meningite B (Men B)

Vacinas aos 4 meses de idade

Nesta consulta também recebe 3 vacinas no total:

➤  Vacina pentavalente que inclui 5 doenças: difteria, tétano e tosse convulsa (DTPa), Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e poliomielite (VIP)

➤  Vacina contra Streptococcus pneumoniae (Pn13)

➤  Vacina contra meningite B (Men b)

Vacinas aos 6 meses de idade

Nesta consulta recebe apenas uma dose da vacina hexavalente que protege contra difteria, tétano e tosse convulsa (DTPa); Haemophilus influenzae tipo b (Hib), poliomielite (VIP) e Hepatite B (VHB).

Vacinas aos 12 meses de idade

Nesta consulta são 4 vacinas ao todo que serão administradas ao bebé (e não há problema nenhum em serem “tantas”):

Vacina contra streptococcus pneumoniae (Pn13)

Vacina contra a Meningite B (Men B)

Vacina contra a Meningite C (Men C)

➤  Vacina contra o sarampo, parotidite e rubéola (VASPR) 

Vacinas aos 18 meses de idade

Nesta consulta é apenas uma dose da vacina pentavalente que inclui 5 doenças: difteria, tétano e tosse convulsa (DTPa), Haemophilus influenzae tipo b (Hib) e poliomielite (VIP).

Vacinas aos 5 anos de idade

Aos 5 anos estão recomendadas 2 vacinas:

Vacina tetravalente contra 4 doenças: difteria, tétano e tosse convulsa (DTPa) e poliomielite (VIP)

Vacina contra o sarampo, rubéola e parotidite (VASPR)

Vacinas aos 10 anos de idade

Aos 10 anos são 2 vacinas:

Vacina contra difteria e tétano

2 doses da vacina (com intervalos de 6 meses) contra infeções pelo vírus do Papiloma humano (HPV)

⚠️VACINA NA GRAVIDEZ⚠️

Tendo em conta que a vacina da tosse convulsa (coqueluche) só é administrada aos 2 meses de idade, a imunidade inicial é transmitida ao bebé pelos anticorpos da mãe. Daí ser muito importante tomar essa vacina durante a gravidez. Deve ser tomada entre as 20 e as 36 semanas de gestação, idealmente até às 32 semanas e sempre após a ecografia morfológica (ecografia do 2º trimestre realizada entre as 20 e as 22 semanas + 6 dias).

Artigo relacionado:

Mitos e fatos sobre vacinação infantil - Separar a verdade da ficção

Os mitos associados à vacinação infantil têm sido uma grande preocupação nos últimos anos. Esses mitos têm contribuído para a recusa de alguns pais em vacinar os seus filhos. Estes são alguns dos principais mitos e dúvidas sobre a vacinação infantil e que quero partilhar contigo:

Mito 1: As vacinas causam autismo nas crianças

Esta falsa alegação surgiu a partir de um estudo fraudulento que foi posteriormente retirado e desacreditado pela comunidade científica. Inúmeros estudos desde então demonstraram que não há relação entre as vacinas e o autismo.

Mito 2: As doenças que as vacinas previnem já não são uma ameaça, por isso já não são eficazes

Embora a vacinação tenha reduzido significativamente a incidência de muitas doenças infecciosas, essas doenças ainda representam uma ameaça real, especialmente para crianças com sistemas imunológicos fracos. O reaparecimento de surtos de doenças como o sarampo em comunidades em que algumas crianças não foram vacinadas é um bom exemplo disso.

Mito 3: As vacinas contêm produtos químicos e substâncias que prejudicam os bebés

Os componentes das vacinas são rigorosamente avaliados com vários estudos científicos antes de serem aprovados para uso em seres humanos. São componentes seguros e eficazes na prevenção de múltiplas doenças. Os benefícios superam amplamente os efeitos adversos, como já se comprovou ao longo dos últimos anos após a administração de milhares de vacinas em todo o mundo. 

⚠️ NOTA IMPORTANTE ⚠️

Muitas pessoas mostram-se preocupadas com a toma de vacinas e de medicamentos por serem “químicos”, por não serem “naturais”.  Já pensaram que comem fiambre, bolachas de pacote e bebem refrigerantes que não são naturais? É tudo processado e produzido pela mão do homem.

Os medicamentos e vacinas que já salvaram milhares de vida e aumentaram claramente a esperança de vida são um problema, mas esses produtos que consumimos regularmente e que são de facto prejudiciais à saúde já não são um problema.

Fica a reflexão.

Mito 4: A imunidade natural é melhor do que a imunização por vacinas

A infecção natural pode conferir imunidade, mas pode também provocar graves complicações e até morte. A vacinação fornece a imunidade sem expor as crianças a esse risco.

Mito 5: As vacinas sobrecarregam o sistema imunológico das crianças

O sistema imunológico das crianças está exposto a inúmeras substâncias todos os dias. Não havendo uma doença imunossupressora (como é o caso do cancro) a criança consegue perfeitamente lidar com os antígenos presentes em várias vacinas ao mesmo tempo. A vacinação não sobrecarrega o sistema imunológico, só o fortalece.

Mito 6: As doenças em causa não são assim tão graves e acabam por passar sozinhas

As doenças preveníveis por vacinação incluídas no Plano Nacional de Vacinação podem ser graves e até fatais (como é o caso do sarampo, das meningites e da difteria por exemplo). Complicações como pneumonia, encefalite e paralisia podem ocorrer como resultado dessas doenças. 

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Espero que tenhas gostado deste artigo sobre vacinação infantil. Se tiveres alguma dúvida ou sugestão não hesites em deixar um comentário.

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